segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Teto ou muro?

Me vejo aqui há uns bons 15 minutos digitando e apagando, digitando e apagando. Acho que um dos motivos pra eu fazer isso se deve ao fato de eu ser conhecida mais por pensar do que expressar. Sempre fui muito fechada quanto aos meus sentimentos. Algumas vezes ganhei e muitas vezes perdi justamente por ser assim. Não é algo de que eu me orgulhe, desse muro que eu construí. Ele foi construído por 18 anos de mancadas, tropeços, algumas lágrimas, dúvidas, abraços pedidos e não dados, atenção não recebida, atenção dada pelas pessoas erradas e erros próprios. Acreditem ou não, eu já passei por muitas coisas ruins e foram essas coisas que fizeram do meu muro o que é hoje. Grande e intimidador. Não é a toa que eu sou conhecida por, muitas vezes, ser fria ou grossa. Eu vivi demais pra ainda esperar algo realmente bom vindo das pessoas. Mas mesmo assim eu espero.

Eu faço parte do grupo dos reflexivos e enquanto a vida passa eu fico aqui sentada na sombra do meu muro analisando as atitudes das pessoas. Aí, chega aquela época do mês em que eu ouço um estrondo. "Tem algo tentando derrubar meu muro", eu penso. "É o caminhão de sentimentos de novo, esse intrometido." Ele dá ré e acerta em cheio o meu muro. Mais uma vez. BOOM. Mais uma. E aí eu me rendo, grito pro condutor. "Por favor, coração. Pára! Eu não vou ter forças pra aguentar mais uma vez!" Ele me lança um sorriso de escárnio, dá ré mais uma vez e me acerta com tudo. Alguns tijolos caem junto com lágrimas no meu rosto.

É, aconteceu mais uma vez.

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