terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Não há idade para sentir

Hoje eu me peguei a pensar sobre a necessidade do ser humano de julgar o outro. Sim, eu tenho 17 anos. Sim, eu sofro por amor. Sim, eu sofro por causa de problemas familiares. Sim, eu sou sofro por algumas futilidades, mas nada disso me impede de ser racional e saber balancear quando algo é realmente um problema ou quando é apenas mais um draminha adolescente.

Ainda hoje, vi alguém dizer no Twitter que adolescentes não podem reclamar do amor porque são apenas adolescentes. Mas quem somos nós para julgar o que outra pessoa pode sentir ou não? Quem somos nós, se não sabemos a realidade em que a pessoa vive? Quem somos nós, se não sabemos por quais problemas ela passou ou está passando?

Na minha concepção, não há idade para o sofrimento, para a realização, para a felicidade e muito menos para o amor. Hoje em dia, nós, da nova geração, ainda podemos ver nossos avós que em muitos casos encontraram o amor muito cedo e compartilharam décadas juntos. Não é pelo fato de a nossa geração ser meio "desmiolada" que dois adolescentes podem encontrar, descobrir e fazer amadurecer o amor.
Assim como nós, meninas, aos 6 anos achávamos que íamos casar com nossos pais porque a mídia e as pessoas faziam propagandas enganosas do amor e porque, também, eles eram os únicos homens que nos faziam felizes.

Na minha concepção, ninguém é dono de tamanha inteligência ou poder para julgar o nível de sofrimento de segundos. Sim, nós seres humanos somos donos de um poder julgador enorme, mas temos que saber administrá-lo, afinal, não sabemos a realidade de cada adolescente de 13, de 15, de 17 anos. Cada um tem uma mentalidade, cada um é uma exceção. 

3 comentários:

  1. É verdade. E é o que eu penso: "É a minha dor. Sou eu que sinto. Ninguém pode julgar. Ninguém passa por."
    Cada um sabe o tamanho de sua dor.

    Droga, Tylara, não apague esse blog. Eu sempre leio suas coisas, e adoro, o problema é a ~criatividade~ para comentar. Mas tentarei, ok?

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  2. Gostei bastante. Você escreve bem. Uma sugestão: coloque a letra mais escura; está meio difícil de ler.

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  3. Isso é extremamente verdadeiro.
    Vou bem longe aqui, isso me fez pensar bem. No fim, este comentário já terá milhas e milhas de distância do assunto principal do texto.
    O problema é que há essa mania de generalizar, estereotipar. Estamos nos esquecendo da individualidade e impondo um senso comum cada vez mais forte. Todo mundo quer ser igual a uma só coisa, todo mundo persegue um conceito de beleza impossível, todos idealizam e querem se espelhar em um pequeno grupo. Pensar em uma pessoa como em um indivíduo, ao invés de considerá-la juntamente com um grupo com características semelhantes, está se tornando cada vez mais raro. O diferente é apreciado pelo bizarro, não pela beleza de divergir, e é apenas tolerado, assim não sendo aceito. Só há recepção se o que é apresentado condizer com os valores da maioria. O diferente é incômodo, ter alguém ou alguéns que contradizem a idéia dominante é perturbador. Nós crescemos e somos educados para ter essa reação e pensamento, por isso, nos achamos no direito de julgar. E mais uma vez, não é pelo pensamento individual, mas pela idéia pela qual fomos doutrinados. Embora alguns divulguem a aceitação total, a sociedade afina cada vez mais seu funil. Quando não há peças que se encaixem no quebra-cabeça que o mundo exige e precisa, há esses choques.
    Não duvido nada que isso chegue num ponto tão extremo que viveremos numa realidade que lembre bastante Orwell e Huxley. Na verdade, estamos mais próximos que distantes dela.
    E meu Deus, divergi tanto que cheguei num ponto que não dá mais pra extrair sentido.

    Droga, Tylara, não apague esse blog. [2] Se excluir, vai apanhar.

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