sexta-feira, 8 de abril de 2011

Você gosta de Aveneigidi Sevenfoudis? Eu gosto muito.

Tudo começou à meia-noite e meia dessa quinta (07/04/2011, o melhor dia do ano). Entramos no ônibus, sentamos e eis que uma menina da excursão diz "NINGUEM VAI DORMIR HOJE!" e eu já fico com uma cara de cu (essa não foi a única vez que eu fiquei com cara de cu na excursão porque você me conhecem e sabem que eu não sou uma pessoa muito simpática hehe mentira). Enfim, depois de quatro horas de parada no mato, parada no posto, cigarro, cerveja, cantoria, um soninho em cima do Daniel (porque eu falei que se ônibus não fosse confortável, eu ia dormir em cima dele) e nego falando de um tal de "Sináister" que até hoje eu não sei quem é, chegamos em Porto Alegre e nos perdemos. Sim, nos perdemos porque o maldito do motorista não sabia onde ficava a Casa do Gaúcho. Depois de meia hora dando voltas, finalmente chegamos na casa do tal do gaúcho viado. Já eram 6:30h e a fila tinha 60 pessoas na nossa frente. Ficamos felizes, óbvio, porque 60 pessoas não é nada comparado às milhares que se esmagaram lá no show depois.

Enfim, passamos as primeiras horas da manhã tranquilamente (morrendo de frio, mas tranquilamente) e eu encontrei a Gigis linda que me fez companhia até a hora de entrar no show (porque depois nego espremeu ela lá e a gente teve que se separar). Aqui vai uma foto com ela:


A manhã estava tão tranquila que aí pelas 11h nós conseguimos dormir na fila. Mas logo depois do "almoço" o negócio ficou tenso. À essa hora, já tinham mais ou menos umas mil pessoas na fila e um tiozinho catador de latinha andava lá pelo meio da gente e resolveu dar show pro pessoal da fila da direita (que era só dos meninos) e geral começou a gritar e aplaudir o tiozinho, daí isso fez com que o povo do fundo achasse que tinha acontecido alguma coisa e nego começou a vir pra frente e esmagar a gente (e nós tivemos que ficar em pé) que estava mais na frente. E ali nós ficamos. Esmagados e em pé até às 19:15h quando os portões se abriram.

No meio dessa tortura toda teve guerra de comida (com direito à garrafada na cabeça e salgadinho e biscoito no cabelo), negada toda gritando pras mina que subiam nos ombros dos caras mostrarem os peitos (e nenhuma mostrou), geral gritando "ei Trill, vai tomar no cu" e Hino do Rio Grande do Sul sendo cantado à plenos pulmões.

Conversei com MUITA gente na fila. Convidei de água, me convidaram de água, dividi lanche, bala e ganhei até cigarro acendido (porque eu não sei coisar o isqueiro hehe). Vi muita gente que eu queria ver, muita gente tosca, muita gente feia, muita gente com camiseta do Avenged (risos), muita gente de preto, muita gente fedendo e... Enfim.

Às 19:15h por aí, os portões se abriram e eu tive que me separar da Gigis pra ir ao banheiro. Fui correndo e quando voltei ainda não tinha muita gente perto do palco, então fiquei por ali mesmo só que quando começou a encher o bagulho ficou tenso MESMO. Eu não conseguia nem mover meus braços, tinha gente passando mal na minha frente, gente pedindo pra passar para trás porque na frente estava impossível, nego empurrando na frente, nego empurrando atrás, nego empurrando do lado, um horror mesmo. Eu só me vi no desespero quando eu fiquei cercada por três caras enormes e não conseguia mais puxar o ar pra respirar. No finalzinhdo do show da Trill (parênteses sobre o show da Trill: só vou comentar que o neguinho que é vocalista tem o cabelo mais ridículo que eu já vi e ficou tão constrangido com a repulsa do público, mas tão constrangido que teve que entrar na onda e gritar "ei Trill, vai tomar no cu" também pra ver se pagava de engraçadinho e no final do show ele agradeceu pelo respeito pelo público ter aguentado o show até o fim e geral da platéia deu risada da cara dele, fim.) eu cheguei a fechar olhos pra desmaiar quando um deles viu que eu estava mal e me levantou um pouquinho do chão, me levando pra trás. Aí eu já estava tonta, completamente suada (dos cabelos até a ponta dos pés), morrendo de dor cabeça e medo de desmaiar e ser pisoteada por toda aquela gente. Aí eu fui deixando as pessoas passarem na minha frente pra eu tentar ir para o fundo, mas quando cheguei nos degraus o pessoal não queria me deixar passar mais até que uma menina salvadora (que eu, infelizmente, não consigo lembrar o nome) me perguntou onde ficava o bar, eu apontei pra ela e pedi pra ela me levar junto e me pegar pela mão porque eu não estava conseguindo respirar. Quando nós conseguimos chegar ao bar foi uma vitória, nós duas respiramos aliviadas (porque ela também estava passando mal lá na frente) e ficamos por ali. Um tempo antes, a Aline (minha amiga linda de SP) tinha me mandado mensagem perguntando onde eu estava e eu falei pra ela me encontrar no bar. Ela foi, me deu um colar com uma palheta do Johnny (eu quase chorei de emoção) e nos levou pra um lugar muito bom nos degraus acima da pista. 

Quando o Syn entrou no palco eu fiquei em choque e a minha ficha caiu. Eu realmente estava vendo ele na minha frente. Dei um grito completamente histérico e quando Nightmare começou a tocar eu senti como se todas as células do meu corpo estivessem tremendo. Aqui vai uma foto (cagada mesmo porque eu tava nem aí pra tirar foto) do Syn viadão:


Depois de Nightmare, eles tocaram Critical Acclaim e quando eu ouvi a voz do Jimmy tão alta eu simplesmente já não sabia quem eu era. Cantei até minha garganta doer. Aí veio Welcome to the Family e geral cantou junto e foi muito lindo (geral cantou TODAS as músicas, o que foi realmente lindo). Fomos pra City of Evil com Beast and the Harlot, voltamos pro Nightmare com Buried Alive (com o Syn tocando na luzinha muito lindo, gay e emo.cionante). Segue uma foto do Syn tocando na luzinha:

 

Aí o Shads (que foi o maior homem que eu já vi na minha vida, vide foto)


anuncia So Far Away, fala que somos uma família, que o Jimmy amava o Brasil e que a primeira vez que eles tocaram em São Paulo ele amou. Não chorei com So Far Away e me achei muito macho por isso. Aí vem Afterlife e todo mundo canta o refrão como se fosse morrer e eu tenho um orgasmo quando eles começam God Hates Us. Voltamos pra City of Evil com Bat Country e eu já tô bem louca (porque acenderam um baseado atrás de mim e a fumaça vinha toda na minha cara).

AÍ CHEGA A HORA DA MINHA MORTE. Unfuckingholy Confessions. Chorei até meus olhos saltarem fora, chorei porque eu sabia que era por aquela música que eu tava ali, chorei de dor pelas dez horas que eu passei em pé e chorei porque eu sabia que tudo aquilo tinha valido a pena só porque aquela música. Cantei até me dar conta de que a minha voz já estava quase sumindo, cantei com a minha alma e com o meu coração.

Depois de Unholy Confessions, o Shads tira com a cara do povo perguntando se eles já podem ir embora porque a gente não vai ia ter coragem de fazer um circle pit. Eu não vi se nego lá da frente conseguiu fazer, mas mesmo assim, o riff de Crossroads foi muita foda. Aí eles saíram do palco e a multidão começou a gritar "Piece of Heaven! Piece of Heaven!" loucamente. Quando eles voltaram ao palco o Shads perguntou "what was that that you're screaming? Piece of Heaven?" aí geral grita que sim e ele "oh, we don't play that song in our tour anymore" aí todo mundo grita "Piece of Heaven! Piece of Heaven!" e ele fala "ok, just for you" e começa a intro de A Little Piece of Heaven. A Casa do Gaúcho virou "O Barraco do Gaúcho" depois deles tocarem essa música. Geral cantou junto e geral foi à loucura.

Eles saem do palco de novo e todo mundo começa a gritar "Fiction! Fiction!" e quando as luzes se acendem um piano aparece no palco. Todos gritam. Começa a intro de Fiction e o Shads entra no palco e fica embaixo de um holofote como se ele e o Jimmy estivessem no palco. Jimmy no piano e Shads no vocal. Todos cantam Fiction e por um minuto eu pude jurar que o Shads chorou. Não tenho certeza.

Eles saem do palco de novo e voltam para tocar a épica Save Me. Cantei toda a música (as partes que tinham pra cantar, né) e na hora do "tonight we all die young" eu não conseguia mais porque as lágrimas e os soluços não deixavam. Eles deram tchau e falaram que voltavam. Sorri até minhas bochechas doerem. O show tinha acabado.

Resumo: eu vi o sorriso fofo do Johnny, eu vi a cara de viado boqueteiro putão engraçadinho e as caretas do Syn, vi as covinhas e ouvi a risada linda do Shads, vi o Zacky olhando de cinco em cinco minutos pro telão pra ver se as tetas deles estavam sendo favorecidas pelas filmagem e vi a barriga de lombriga e carinha envergonhada do Arin.
Resumo do resumo: cada segundo que eu passei na fila, cada segundo que eu passei no sol, cada empurrão, cada chute, cada cotovelada, cada pisão que eu levei valeu a pena. O show foi além de tudo o que eu esperava. Foi a melhor noite da minha vida.


Obrigada, Avenged Sevenfold.
Obrigada, todo mundo que acreditou que eu ia conseguir.
Obrigada, todo mundo que desejou que esse meu sonho se tornasse realidade.
Obrigada, do fundo do meu coração. Sinceramente.